quarta-feira, 13 de maio de 2009

Por que sofremos?

Posted on/at 08:44 by Pr. Carlos Jones

TEXTO: Salmo 103.8-10
TEMA: Por que sofremos?

Introdução:

Uma séria dificuldade, intelectual e prática para os cristãos é o problema do mal. Existem dois aspectos do mal a serem destacados: o mal moral, ou seja, o pecado e o mal físico, mental ou emocional que se manifesta na forma de dor ou sofrimento.
A dificuldade está em conciliar à realidade do mal com a existência de um Deus Todo-Poderoso e Amoroso. Se Deus fosse todo-poderoso, mas não benigno, seria fácil explicar o mal. De outro lado, se Ele fosse bom, mas não todo-poderoso, também seria fácil justificar a realidade do mal. Não há respostas simples: sempre haverá um elemento de mistério a envolver certos aspectos do sofrimento. Mas a Palavra de Deus nos dá muitas informações esclarecedoras.
São as doenças e acidentes juízo de Deus, como castigo pelo pecado? Desde os tempos bíblicos muitas pessoas tem pensado assim. Certa vez quando Cristo se viu face a face com um cego de nascença, seus discípulos lhe perguntaram: “Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestasse nele as obras de Deus” (Jó 9.2-3). A idéia pagã de que a desgraça e o sofrimento se abatiam sobre as pessoas como juízo arbitrário de Deus era rejeitado por Jesus. Jesus deixou bem clara, esta questão.
Por que sofremos então? Vejamos algumas dessas razões:

I. SOFRIMENTO DEVIDO O PECADO.
Muitas vezes as pessoas sofrem e fazem os outros sofrerem por causa dos seus pecados. O pecado é uma falta de harmonia com as leis de Deus e quando isto acontece o resultado é a aflição própria e/ou de ou trens. Por exemplo, se uma pessoa se embriaga e em seguida vai dirigir um veículo, pode causar grandes danos a si e a outras pessoas, na eventualidade de um acidente. Uma pessoa impulsiva, sem autocontrole, também pode fazer muito mal a si mesma e aos outros. Na Bíblia temos o exemplo do pecado de Davi e dos muitos sofrimentos que acarretou para si próprio e para a sua família.
O Salmo 32 mostra uma relação de causa e efeito entre as transgressões humanas e o sofrimento físico e emocional (Salmo 32.3). O texto aponta para uma descoberta da medicina acerca das doenças psicossomáticas. Pecados não confessados podem refletir-se no organismo, produzindo enfermidades.
Para esse tipo de sofrimento, a solução é o arrependimento. Sempre que o nosso pecado prejudica outra pessoa, deve-se fazer separação, quando possível. Certos pecados causam danos irreparáveis: por mais arrependido que estivesse Davi não podia devolver a vida de Urias. Os crentes jamais deviam sofrer por praticarem o mal.
Agora, nem sempre há uma relação direta entre sofrimento e pecados específicos.
Há vários pontos a considerar: Deus não é o autor do pecado e do sofrimento; vivemos em um mundo imperfeito; desfigurado pela rebelião dos homens contra Deus; Deus pode usar o sofrimento, transformando-o em bem. Ele veio ao mundo na pessoa de Cristo para anular as conseqüências da queda e restaurar a harmonia da sua criação. Ele é ao mesmo tempo o Deus sofredor e o Deus que está ao lado dos sofredores, como bem mostra o Salmo 23.
Portanto, a solução não está na revolta, na amargura.
A nossa verdadeira atitude deve ser de luta contra o sofrimento, com confiança e esperança no Deus que tudo pode.

II. SOFRIMENTO DEVIDO AS ESCOLHAS ERRADAS.
Temos os sofrimentos causados pelas escolhas erradas que fazemos na vida
Deus nos concedeu o livre arbítrio. Mas essa liberdade acarreta responsabilidade. A Bíblia diz: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá” (Gálatas 6.7).
Por exemplo: Escolher um mau marido (esposa) sofrerá conseqüências de sua escolha.
O homem tem diante de si dois caminhos, estreito e largo. Só que ele deve fazer a escolha.

III. SOFRIMENTO DEVIDO AS CATÁSTROFES NATURAIS.
Por exemplo: Na semana passada, uma forte tempestade chamada de “procela” se adensou, não sobre o oceano, mas nos céus do estado de Santa Catarina. Ela despencou sobre as cidades, com uma fúria e constância jamais vistas. Apenas na cidade de Blumenau, caíram, em cinco dramáticos dias, 300 bilhões de litros de água. Sim, bilhões – o suficiente para abastecer a cidade de São Paulo durante três meses. Outra comparação é ainda mais impressionante: se esse volume hídrico fosse despejado dentro de uma torre com uma base de 1 metro quadrado de área, a construção teria de ter 300.000 quilômetros de altura – quase a distância entre a Terra e a Lua.
Resultado: Mais de 100 vidas ceifadas por tamanho horror.
Jesus disse: antes do fim do mundo haveria terremotos (Mateus 24.7).
Veja bem. Terremotos, raios, inundações, furacões, atingem uma pessoa sem lhe perguntar se é boa ou má. Atingem tanto os bons como os maus, são catástrofes naturais. Mas Deus faz a chuva cair sobre sábios e tolos. Num acidente tanto perde a vida uma pessoa bondosa e santa como o mais corrompido dos homens. A Bíblia diz: (“...”). (Salmo 103.8-10).
São as doenças castigo pelo pecado? Apesar de todas as orações, pedidos e súplicas que os crentes fazem a Deus quando ficam doentes, é um fato inegável que muitos continuam doentes e eventualmente, chegam a morrer. As doenças não fazem distinção religiosa.
Para muitos evangélicos, no entanto, os crentes adoecem e não são curados porque lhes falta fé em Deus.
Muitos, decepcionados com a sua falta de melhora, ou com a morte de outros crentes fiéis, passam a não crer mais em nada e abandonam suas igrejas e o próprio Evangelho. Outros permanecem, mas marcados pela dúvida e incerteza. Todavia, conforme a Bíblia e a história nos ensinam, mesmo homens de fé podem ficar doentes.
Há diversos exemplos na Bíblia de homens de fé que ficaram doentes e até morreram dessas enfermidades.
Um deles foi o profeta Eliseu, que padeceu de uma enfermidade que o levou a morte: ”...”. (II Rs 13.14). Outro, foi Timóteo. Paulo recomendou-lhe um remédio caseiro por causa de problemas

estomacais e enfermidades freqüentes: ”...”. (I Tm 5.23). Ao final do seu ministério, Paulo registra a doença de um amigo que ele mesmo não conseguiu curar: “Erasto ficou em Corinto. Quanto a Trófimo, deixei-o doente em Mileto” (II Tm 4.20).
O próprio Paulo padecia do que chamou de “espinho na carne”. Apesar de suas orações e súplicas, Deus não o atendeu, e o apóstolo continuou a padecer desse mal (2Co 12.7-9). Isaque, o grande servo de Deus, sofria da vista quando envelheceu, a ponto de não saber distinguir entre Jacó e Esaú: “Tendo-se envelhecido Isaque e já não podendo ver, porque os olhos se lhe enfraqueciam” (Gn 27.1). Esses e outros exemplos mostram que homens de Deus, fiéis e santos, foram vitimados por doenças e enfermidades.
Todos estão sujeitos a doenças, imprevistos e desastres.

IV. SOFRIMENTO DEVIDO A JUSTIÇA.
Jesus disse: “Bem aventurados os perseguidos por causa da justiça” (Mt 5.10)
Na realidade, os livros de Jó e Salmos abordam o conhecido problema do sofrimento dos justos, daqueles que sofrem mesmo sendo fiéis e obedientes a Deus. Esse é um tipo de sofrimento mais difícil de compreender, sendo muitas vezes uma fonte de dúvidas, perplexidades e até mesmo de murmurações.
O caso de Jó, que mesmo sendo justo, fiel e temente a Deus, foi afligido durante vários meses, que a Bíblia descreve como sendo infligida por Satanás com permissão de Deus.
Por que sofreu Jó? Por causa de algum pecado?
Jó sofreu por causa da justiça; Jó era justo.
A história de Jó revela que, por trás de seus sofrimentos estava o dedo de Satanás arrebatando-lhe as posses, os filhos, e a saúde
Satanás, só não tirou a vida de Jó porque Deus não permitiu
Jesus advertiu Pedro
“Pedro, Satanás pediu para te cirandar.
E mais, o apóstolo Paulo advertiu: “Não deis lugar ao diabo”; dando-nos a entender que, ele está bramindo em volta de nós.
V. SOFRIMENTO DEVIDO A DISCIPLINA.
Esse sim vem do Pai, a seus filhos (Hebreus 12.6-8).
Nascemos com tendência para o pecado; por isso Deus de vez em quando, tem que nos corrigir (I Co 11.30-32).
O sofrimento vem muitas vezes à vida como uma provação. Com pelo menos dois objetivos:
Provar nossa fé e confiança em Deus
Para permitir a Deus mostrar seu poder ao agir por nós
Normalmente procuramos justificar nossa desobediência...
Cuidado: Deus pode remover a causa da sua desculpa? Não sirvo a Deus se venho à igreja por causa do trabalho, do meu nenê...

CONCLUSÃO:
O Evangelho nos ensina a não vivermos ao sabor das circunstâncias deste mundo mutável, mas a colocarmos a nossa confiança no Deus que tudo vê e que tudo pode. Podemos não compreender tudo o que nos acontece, mas de uma coisa não podemos duvidar – do seu amor por nós, provado na cruz e demonstrado tantas vezes em nossas vidas. A Palavra de Deus diz: “lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês” (I Pedro 5.7).
No sofrimento, fique firme, pois o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza.
É na escuridão que a luz mostra mais o seu brilho. Também é no sofrimento que o homem mais revela a sua fé e confiança em Deus.
Disse Jesus: (Jó 16.33) Jesus venceu o mundo!
Em Cristo, também venceremos.

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